Concentrando em 12 minutos as três principais urgências mundiais e o compromisso de Portugal com a construção de um mundo mais pacífico, justo e sustentável, o presidente da República foi o oitavo orador do segmento de alto-nível da 78ª Sessão da Assembleia Geral da ONU.
Assista ao seu discurso na íntegra aqui.
Portugal e ONU alinhados
Marcelo Rebelo de Sousa principiou o seu discurso com felicitações dirigidas ao presidente da Assembleia Geral, Dennis Francis, e ao secretário-geral da ONU, António Guterres, mencionando o notório alinhamento de Portugal com os ideais das Nações Unidas e do seu documento fundador.
O presidente da República português mencionou ainda as intervenções dos homólogos Lula da Silva e Joe Biden que, ainda que com posições distintas, diagnosticaram a realidade mundial de um modo idêntico, partilhando Portugal da mesma opinião.
O chefe do Governo focou-se em três principais urgências, interligadas e impossíveis de ignorar: respeitar a Carta das Nações Unidas, acelerar os objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) da Agenda 2030 e reformar as instituições. “Não há reforma das instituições internacionais, sem respeito à Carta e sem a Agenda 2030 realizada, sem um combate eficaz às alterações climáticas daqui até a essa meta.”, evidenciou.
“É urgente respeitar a Carta das Nações Unidas”
No seu discurso perante a Assembleia Geral da ONU, Marcelo Rebelo de Sousa enfatizou a urgência e a importância de respeitar a Carta das Nações Unidas como um elemento fundamental para garantir a paz no mundo. O respeito à Carta é essencial “para preservar a identidade territorial, a soberania dos Estados e os direitos humanos”, referiu. O líder português destacou ainda que este compromisso com o documento fundador da ONU se aplica mundialmente, desde a Ucrânia até a outras regiões do mundo.
Alcançar o Desenvolvimento Sustentável
“Não é possível construir a paz sem acelerar os objetivos de desenvolvimento para 2030, que estão atrasados, que continuam atrasados, que prolongam as desigualdades entre Estados e entre povos.”, advertiu Marcelo Rebelo de Sousa, argumentando que a aceleração dos objetivos da Agenda 2030 é fundamental.
Urgência na Reforma das Instituições Internacionais
Por fim, o discurso do chefe de Estado português mencionou a urgência de reformar as instituições internacionais, como o Conselho de Segurança, que não refletem a realidade atual do mundo.
“Portugal há muito defende que países como o Brasil ou a Índia deviam ser membros permanentes, que a posição Africana comum devia ser tomada em linha de conta, que os pequenos países não podiam ser ignorados.”, referiu.
Adicionalmente, o presidente Marcelo Rebelo de Sousa apontou o acordo entre Portugal e Cabo Verde para a conversão da dívida do Estado cabo-verdiano num fundo ambiental e climático, ilustrando uma das possíveis “soluções concretas para a reforma das instituições”.
Chegou a hora de agir
“Ano após ano nós prometemos. É tempo de cumprir.”, apelou Marcelo Rebelo de Sousa, na expectativa de que, no próximo ano, quando os 193 líderes mundiais se voltarem a reunir, seja possível verificar que houve uma mudança, que os líderes não se ficaram por “prometer e não cumprir”.
Segundo o chefe de Estado, Portugal está disposto a desempenhar um papel fundamental rumo a um mundo com mais “justiça, solidariedade e paz”, reforçando o seu compromisso com os valores humanitários, a justiça global, o desenvolvimento sustentável, a paz internacional e a agenda comum.