A situação humanitária na Ucrânia piorou drasticamente há um ano, quando o país foi invadido pela Federação Russa e se deu o escalar de um conflito que tinha começado há já 8 anos.
Ao longo do último ano, as hostilidades causaram não só cerca de 8 mil mortes de civis e mais de 13 mil feridos, mas também uma enorme destruição de infraestruturas e de serviços básicos.
De acordo com a Missão de Observação dos Direitos Humanos da ONU na Ucrânia (HRMMU), das mortes civis registadas 61,1% foram homens, 39,9% mulheres e pelo menos 487 foram crianças.
Além disso, mais de 9 em cada 10 fatalidades foram causadas por armas explosivas de longo alcance, que na sua maioria ocorreram em áreas povoadas. A equipa da HRMMU registou ainda inúmeros casos de graves violações de direitos humanos, como violência sexual, tortura e execuções sumárias.
Uma outra grande preocupação são as crianças, a quem não tem sido poupado o sofrimento e o trauma. Segundo a UNICEF, a percentagem de crianças que vive na pobreza passou de 43% para 82%, sendo que estimativas apontam para o risco de 1,5 milhões de crianças poderem vir a desenvolver depressão, ansiedade e stress pós-traumático.
Milhares de pessoas viram-se obrigadas a fugir, causando uma crise de deslocamento. De acordo com a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), existem 5,9 milhões de pessoas deslocadas internamente na Ucrânia e 8 milhões de refugiados em países vizinhos e na Europa.
Atualmente, existem 18 milhões de pessoas que precisam de apoio humanitário na Ucrânia.
O porta-voz do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) na Ucrânia, Saviano Abreu, falou com o UNRIC sobre a situação do país um ano após a invasão.
Nesta entrevista, explica que as organizações humanitárias conseguiram alcançar 16 milhões de pessoas e detalha em que consistiu a assistência humanitária das Nações Unidas e dos seus parceiros. O responsável evidencia também que, durante este ano, as doações para os fundos humanitários foram surpreendentes e alcançaram os objetivos estabelecidos.
Assim, salientou a importância da continuidade do apoio internacional e das doações, de forma a conseguirem continuar a providenciar a ajuda humanitária necessária no terreno.
Veja a entrevista na íntegra: