As Nações Unidas têm, desde o seu início, estado ativamente envolvidas na promoção e proteção da saúde em todo o mundo. A liderar este esforço dentro do sistema da ONU está a Organização Mundial da Saúde (OMS), cuja fundação aconteceu a 7 de abril de 1948, uma data que agora celebramos todos os anos como o Dia Mundial da Saúde. Inicialmente, foi decidido que as principais prioridades da OMS seriam a malária, a saúde das mulheres e das crianças, a tuberculose, as doenças venéreas, a nutrição e a poluição ambiental. Muitas continuam na agenda da OMS até hoje, além de doenças relativamente novas, como o VIH/SIDA, as diabetes, cancro e doenças emergentes, como o SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave), o ébola ou o zika.
Em 1948, a OMS assumiu a responsabilidade pela Classificação Internacional de Doenças, que se tornou o padrão internacional para definir e reportar doenças e condições de saúde. Desde a sua criação, a OMS contribuiu para muitas conquistas históricas no trabalho global de saúde pública.
Algumas destas conquistas são:
Antibióticos: (1950) A grande era da descoberta dos antibióticos atuais começa, e a OMS começa a aconselhar os países sobre o seu uso responsável.
Poliomielite: (1988) A Iniciativa Global de Erradicação da Poliomielite de 1988 é estabelecida numa época em que a doenca paralisava mais de 350 mil pessoas por ano. Desde então, os casos de poliomielite diminuíram em mais de 99% devido à vacinação contra a doença em todo o mundo.
Varíola: (1979) Após uma ambiciosa campanha de vacinação global de 12 anos liderada pela OMS, a varíola é erradicada.
Tuberculose: (1995) A estratégia para reduzir a tuberculose (TB) é lançada. No final de 2013, mais de 37 milhões de vidas foram salvas através do diagnóstico e tratamento de TB sob esta estratégia.
SIDA, Tuberculose e Malária: (2001) O Fundo Global para o Combate à SIDA, Tuberculose e Malária, um novo mecanismo de parceria e financiamento inicialmente organizado pela OMS, é criado em colaboração com outras agências da ONU e principais doadores.
Mortalidade infantil: (2006) O número de crianças que morrem antes do seu quinto aniversário fica abaixo de 10 milhões pela primeira vez na história recente.
Cardiopatia, diabetes, cancro: (2012) Pela primeira vez, os Estados-membros da OMS definiram metas globais para prevenir e controlar doenças cardíacas, diabetes, cancro, doenças pulmonares crónicas e outras doenças não transmissíveis.
Surto do vírus do ébola: (2014) O maior surto da doença do vírus do ébola atinge a África Ocidental. O Secretariado da OMS ativou uma resposta sem precedentes ao surto, disponibilizando milhares de especialistas e equipamentos médicos; com a mobilização de equipas médicas estrangeiras e a coordenação e a criação de laboratórios móveis e centros de tratamento. Em 2016, a OMS anunciou zero casos de ébola na África Ocidental.
Os funcionários da OMS, que incluem médicos, especialistas em saúde pública, cientistas e epidemiologistas e outros especialistas, estão no terreno em 150 países, em todo o mundo. Estes profissionais aconselham os ministérios da saúde sobre questões técnicas e prestam assistência em serviços de prevenção, tratamento e assistência em todo o setor da saúde.
As intervenções da OMS abrangem todas as áreas do espectro global dos cuidados de saúde, incluindo a intervenção em situações de crise e a resposta a emergências humanitárias; o estabelecimento do Regulamento Sanitário Internacional – que os países devem seguir para identificar surtos de doenças e impedir que se propaguem; prevenir doenças crónicas; e alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável relacionados com a saúde.
Estatísticas da Saúde Mundial
Enquanto os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio se concentravam num conjunto restrito de metas de saúde específicas para doenças, a partir de 2015, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para 2030 são muito mais amplos. Por exemplo, os ODS incluem uma meta ampla de saúde, “Garantir vidas saudáveis e promover o bem-estar para todos em todas as idades”, e ambiciona uma cobertura universal de saúde.
As Estatísticas Mundiais de Saúde 2018, a visão anual da OMS sobre o estado da saúde mundial, destacam que, embora progressos notáveis em relação aos ODS tenham sido feitos em algumas áreas, noutras o progresso estagnou e os ganhos que foram obtidos podem ser facilmente perdidos. Os dados mais recentes disponíveis mostram que:
- Menos da metade das pessoas no mundo hoje recebem todos os serviços de saúde de que precisam.
- Em 2010, quase 100 milhões de pessoas foram empurradas para a pobreza extrema porque tiveram que pagar pelos serviços de saúde dos seus próprios bolsos.
- 13 milhões de pessoas morrem todos os anos antes dos 70 anos devido a doenças cardiovasculares, doenças respiratórias crónicas e diabetes e cancro. A maioria em países de baixo ou médio rendimento.
- Todos os dias, em 2016, 15 mil crianças morreram antes de completar o quinto aniversário.
Outras Agências e Fundos das Nações Unidas envolvidas na saúde
Muitos membros da família da ONU estão envolvidos no apoio à saúde. Muitos dos assuntos relacionados com a saúde são tratados diretamente pela Assembleia Geral e pelo Conselho Económico e Social, bem como pelos esforços do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre VIH/SIDA (UNAIDS); o trabalho do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA) no apoio à saúde reprodutiva, adolescente e materna; e as atividades relacionadas à saúde do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
Datas da ONU relacionadas com a Saúde
Além do Dia Mundial da Saúde (7 de abril), as datas internacionais anuais relacionadas com a Saúde, proclamadas pela Assembleia Geral, incluem o Dia Mundial da Água (22 de março), o Dia Mundial da Consciencialização do Autismo (2 de abril), Dia Mundial Sem Tabaco (31). Maio), Dia Internacional contra o Abuso de Drogas e o Tráfico Ilícito (26 de junho), Dia Mundial da Saúde Mental (10 de outubro), Dia Mundial do Diabetes (14 de novembro) e o Dia Mundial de Luta Contra a SIDA (1 de dezembro).