Este domingo, dia 29 de novembro, as Nações Unidas assinalam o Dia Internacional da Solidariedade com o Povo Palestiniano e o aniversário da adoção da Resolução 181 da Assembleia Geral que, em 1947, previa a criação de dois Estados, um israelita e outro palestiniano, a viver lado a lado.
Este ano, a data é assinalada através da exposição virtual “Escrito no muro: o passado e o presente da anexação”, produzida pelo Comité das Nações Unidas para o Exercício dos Direitos Inalienáveis do Povo Palestiniano, em cooperação com a Missão de Observação Permanente do Estado da Palestina junto da ONU.
A exposição aborda a situação atual do povo palestiniano, tendo como mote o muro construído nos Territórios Palestinianos Ocupados.
O que pode um muro contar sobre a história de um povo?
O muro, a par com a construção de mais de duzentos povoados israelitas, são as principais manifestações da política de colonização de Israel, que tem sido aplicada pelo Governo israelita durante os mais de cinquenta e três anos da sua ocupação militar dos Territórios Palestinianos, desde 1967. Esta ocupação é uma flagrante violação do direito internacional, incluindo a Quarta Convenção de Geneva e inúmeras resoluções das Nações Unidas que têm apelado à cessação de tais políticas e práticas ilegais.
Passaram dezasseis anos desde que o Tribunal Internacional de Justiça emitiu o seu parecer consultivo e declarou a construção do muro nos Territórios Palestinianos Ocupados como sendo contrária ao direito internacional, declarando a obrigação de Israel de o desmantelar imediatamente. Hoje, Israel continua a construir o muro e a anexar mais terras.
A ameaça de Israel de anexar partes da Cisjordânia ocupada alarmou os palestinianos, muitos israelitas e a comunidade internacional em geral. Caso fosse implementada, a anexação constituiria uma violação muito grave do direito internacional, prejudicaria severamente a possibilidade de uma solução com dois Estados e diminuiria as perspetivas de uma renovação das negociações. Apelo ao Governo israelita para que abandone os seus planos de anexação […]. Continuarei a pronunciar-me de forma consistente contra quaisquer medidas unilaterais que possam minar a paz e as possibilidades de resolução do conflito israelo-palestiniano através de negociações significativas.
Secretário-geral da ONU, António Guterres, junho 2020
As Nações Unidas juntamente com vários países, organizações internacionais, académicos e pessoas de todo o mundo condenaram e rejeitaram repetidamente tais medidas e continuam a insistir no fim das referidas violações e da ocupação ilegal.
Os seus apelos foram ecoados por vários artistas e ativistas dos direitos humanos, que usaram o muro como tela para expressar a sua solidariedade para com o povo palestiniano, com imagens de esperança, justiça e paz.
Uma seleção destas imagens é apresentada nesta exposição online, que pode ser vista aqui.