OMS convoca reunião de emergência para debater a “dramática” propagação do vírus Zika

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A Organização Mundial de Saúde (OMS) leva a cabo uma reunião de emergência, esta segunda-feira, sobre o “dramático” aumento da infeção pelo vírus Zika, alertando que a sua propagação “explosiva” poderá, eventualmente, infetar até quatro milhões de pessoas, antes de estar controlado.

“O nível do alarme é extremamente alto”, disse a Diretora-geral da OMS, Margaret Chan, na reunião com o Conselho Executivo da organização, na passada sexta-feira, em Genebra (Suíça).

O Zika é transmitido pelo mosquito Aedes genus e foram reportados casos em 23 países, com a sitação mais grave a ser registada no Brasil.

Marcos Espinal, diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis e Análise de Saúde na Organização Panamericana de Saúde (OPAS), filial regional da OMS, disse que o surto poderá infetar três a quatro milhões de pessoas, antes de estar controlado.

“Não devemos entrar em pânico, mas precisamos de fazer já um forte controlo nos países afetados”, disse Espinal.

A diretora-geral da OMS diz que são ncessárias mais respostas da comunidade científica: “Peço ao Comité de Emergência que nos dê aconselhamento sobre o nível apropriado de preocupação internacional e sobre as medidas que devem ser tomadas nos países afetados e noutras regiões. Além disso, vou pedir ao Comité que dê prioridade às áreas onde a investigação é mais urgente”.

No caso do Brasil, o vírus tem sido associada a um aumento acentuado de microcefalia em bebés e com o síndroma de Guillain-Barre, por vezes fatal, mas ainda não há provas científicas. 

“As suspeitas recentes de ligação entre o Zika e malformações mudaram rapidamente o perfil de risco deste vírus, que era de ligeira ameaça até agora. O aumento da incidência de microcefalia é particularmente alarmante, pelo grave impacto emocional que tem nas famílias e comunidades. A OMS está profundamente preocupada com esta situação em rápida evolução”, disse Chan.

A líder da OMS está também preocupada com o elevado potencial de disseminação do Zika dada a ampla distribuição geográfica do mosquito vetor, sendo também fatores agravantes a falta de imunidade da população em áreas recém-afetadas e a ausência de vacinas, tratamentos específicos e testes de diagnóstico rápidos.

O facto deste ano se registar um dos mais perturbadoreres El Niño (fenómeno climático anual que provoca grandes inundações nalgumas regiões) pode aumentar muito o risco de contacto das populações com os mosquitos, que proliferam em zonas húmidas e águas estagnadas.