Na Ucrânia, cerca de 13.5 milhões de pessoas afetadas pela guerra já receberam algum tipo de apoio humanitário, sendo que mais de 4.2 milhões de pessoas receberam também apoio financeiro. Com a ajuda do governo e com a retirada das forças militares russas da região de Kherson, os mercados e os serviços bancários estão a começar a reabrir. Porém, a normalidade ainda está longe.
Os serviços de saúde foram dos mais afetados e destruídos durante a invasão, pelo que, a ajuda humanitária se tem esforçado particularmente em recuperar esta área. “Por exemplo, este mês, o Fundo da População das Nações Unidas (UNFPA) forneceu 30 clínicas móveis onde se prestarão serviços de saúde reprodutiva em pelo menos 19 regiões”, afirmou a porta-voz associada da ONU Stéphanie Tremblay. Acrescentou ainda que a ONU e os seus parceiros não só ajudaram já mais de 8.6 milhões de pessoas ao nível da saúde, como também prestaram já assistência a mais de 5.7 milhões de pessoas em relação a questões de saneamento, água e higiene.
A porta-voz disse ainda que mais de 70% dos 4.3 milhões de dólares solicitados para estas operações foram disponibilizados pelos contribuintes. Não obstante, com a continuação da guerra, as necessidades humanitárias irão persistir e o “apoio da comunidade internacional será fundamental para assegurar que as organizações de ajuda humanitária continuem o seu trabalho”.
Estes apoios tornam-se ainda mais necessários considerando uma situação sobre a qual o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) demonstrou uma grande preocupação: o crescente número de incidentes que envolvem minas e explosivos. Nos últimos dois dias deste mês, ocorreram, pelo menos, 5 detonações que causaram mortos e feridos. Estas minas significam riscos acrescidos para a população, desde aqueles que tentam reconstruir as estradas até aqueles que começam a recuperar os terrenos agrícolas.
Mais de 150 mil explosivos já foram removidos e destruídos, mas ainda restam milhões. A extração das minas poderá demorar décadas, o que deixará o país e a sua população num perigo constante, mesmo após a guerra terminar.