De acordo com os novos dados apresentados, a 12 de janeiro, pelas Nações Unidas, o número de migrantes internacionais (pessoas que vivem num país no qual não nasceram) alcançou os 244 milhões em 2015, em todo o mundo. Este valor revela um aumento de 41% desde 2000 e inclui quase 20 milhões de refugiados.
Os novos dados foram compilados no relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) “Tendências do Stock Internacional de Migrantes: Revisão 2015”, revelando que os migrantes internacionais representam 3,3% da população mundial, contra 2,8%, em 2000.
Este documento é uma base importante para a reunião de alto nível sobre grandes fluxos de migrantes e refugiados que deverá ocorrer a 19 de setembro, na sede da ONU, em Nova Iorque, sob proposta do secretário-geral, Ban Ki-moon, que quer uma estratégia comum da comunidade internacional para lidar com o fenómeno. Ban nomeou recentemente uma Conselheira Especial, Karen AbuZayd, para preparar essa reunião.
Diferenças consideráveis entre as grandes regiões do mundo:
- Na Europa, América do Norte e Oceania, os migrantes internacionais constituem pelo menos 10% da população
- Em contraste, na África, Ásia e América Latina e Caribe, menos de 2% da população é migrante internacional
- Em 2015, 2 em cada 3 migrantes internacionais viviam na Europa ou Ásia
- Quase metade de todos os migrantes internacionais nasceram na Ásia
- Entre as maiores regiões do mundo, a América do Norte abriga o terceiro maior número de migrantes internacionais, seguida de África, América Latina e Caraíbas e Oceania
- Entre 2000 e 2015, a Ásia recebeu mais migrantes internacionais do que qualquer outra grande região, num total de 26 milhões de novos migrantes
Stock de Migrantes Internacionais 2015
- Onde vivem os migrantes internacionais (por região)?
– Europa: 76 milhões
-Ásia: 75 milhões
– América do Norte: 54 milhões
– África: 21 milhões
– América Latina e Caraíbas: 9 milhões
– Oceania: 8 milhões
- Onde vivem os migrantes internacionais (por país)?
– Estados Unidos da América: 47 milhões
– Alemanha: 12 milhões
– Rússia: 12 milhões
– Arábia Saudita: 10 milhões
– Reino Unido: 9 milhões
– Emirados Árabes Unidos: 8 milhões
- Qual a origem dos migrantes internacionais (por região)?
– Em muitas partes do mundo, a migração ocorre, principalmente, entre os países da mesma localização geográfica. Contudo, uma maioria substancial dos migrantes internacionais que vivem na América do Norte (98%) e Oceania (87%), vieram de uma grande região diferente daquela onde residem atualmente.
– 43% dos migrantes internacionais nasceram na Ásia (104 milhões)
– 25% dos migrantes internacionais nasceram na Europa (62 milhões)
-15% dos migrantes internacionais nasceram na América Latina e Caraíbas (37 milhões)
– 2% dos migrantes internacionais nasceram na América do Norte (4 milhões)
– 1% dos migrantes internacionais nasceram na Oceania (2 milhões)
- De onde são originários a maioria dos migrantes internacionais (por país)?
– Índia – 16 milhões
– México – 12 milhões
– Rússia – 11 milhões
– China – 10 milhões
– Bangladesh – 7 milhões
– Paquistão – 6 milhões
– Ucrânia – 6 milhões
- Quem são os migrantes internacionais?
– 48% são mulheres
– 43% nasceram na Ásia
– 25% nasceram na Europa
– A idade média é de 39 anos
– 15% tem menos de 20 anos de idade
Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável
A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, adotada, a 25 de setembro, pelos líderes mundiais, numa cimeira das Nações Unidas, sublinha a realidade multidimensional da migração.
A agenda incita os países a implementarem políticas de migração planeadas e bem geridas, a irradicarem o tráfico humano, a respeitarem os direitos dos trabalhadores migrantes e a reduzirem os custos de transação das remessas de migrantes. A agenda também destaca a vulnerabilidade dos migrantes, refugiados e deslocados internos, e enfatiza que o deslocamento forçado e a crise humanitária a ele associado ameaçam reverter muito do progresso desenvolvido nas últimas décadas.
O secretário-geral adjunto da ONU, Jan Eliasson, afirmou que os migrantes precisam ser protegidos: “Temos de assumir a grande responsabilidade de proteger a vida de milhares de migrantes – homens, mulheres e crianças – que são forçados a levar a cabo viagens perigosas e muitas vezes fatais. Os migrantes, como todas as pessoas, merecem proteção e empatia”.