O SECRETÁRIO-GERAL
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31 de Agosto de 2023
No Dia Internacional para Pessoas Afrodescendentes, celebramos as realizações e os contributos culturais, económicos, políticos e científicos das pessoas afrodescendentes ao longo da história e em todos os domínios da atividade humana.
O continente africano e as pessoas de ascendência africana tiveram um enorme impacto no desenvolvimento, na diversidade e na riqueza das civilizações e culturas mundiais, que constituem o património comum da humanidade.
Ao mesmo tempo, reconhecemos a discriminação generalizada de que são alvo as pessoas de ascendência africana em todo o mundo e os muitos obstáculos que enfrentam para concretizar plenamente os seus direitos humanos.
O racismo, a marginalização e a estigmatização continuam a afetar o nosso mundo. O legado de séculos de escravatura e exclusão continua a repercutir-se em desigualdades e injustiças enraizadas.
Nos últimos anos, assistiu–se a uma nova dinâmica de mudança, baseada no movimento mundial antirracismo de 2020. A recente criação de um mecanismo internacional de peritos para promover a justiça e a igualdade raciais no contexto da aplicação dal lei e do Fórum Permanente sobre as Pessoas Afrodescendentes são um testemunho das aspirações coletivas das pessoas de ascendência africana à justiça e à igualdade em todo o mundo.
Fiz do antirracismo uma prioridade de gestão nas Nações Unidas. A nossa equipa antirracismo, liderada pelo meu conselheiro especial, Mojankunyane Gumbi, está a supervisionar a implementação do nosso plano de ação estratégico para combater o racismo e promover a dignidade para todos.
Hoje, ao assinalarmos o Dia Internacional para Pessoas Afrodescendentes, reitero o apelo do alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos no sentido de aproveitar a comemoração do 75º aniversário da adoção da Declaração Universal dos Direitos do Homem para anunciar e tomar medidas rápidas e firmes para promover a igualdade e combater o racismo, a discriminação racial e a xenofobia.
Apelo aos Estados para que tomem medidas concretas, com a plena participação das pessoas de ascendência africana e das suas comunidades, para combater as velhas e novas formas de discriminação racial e para desmantelar o racismo estrutural e institucional enraizado.
Hoje e todos os dias, temos de continuar a manifestar-nos contra todas as ideias de superioridade racial e a trabalhar incansavelmente para libertar todas as sociedades da praga do racismo.