O enviado especial do secretário-geral da ONU para o Iémen informou o Conselho de Segurança de que foi dado um passo decisivo para a paz no país.
Martin Griffiths explicou que após dois anos e meio de “oportunidades perdidas”, o processo político para encontrar uma solução abrangente para o conflito foi retomado.
Acordos
O representante explicou que durante as negociações, que tiveram lugar na última semana na Suécia, as partes em conflito chegaram a vários acordos.
Elogiando a dedicação dos participantes e o empenho da comunidade internacional, Griffiths lembrou o papel crucial do secretário-geral da ONU neste processo.
Explicando os detalhes das negociações, o enviado especial informou que as partes concordaram finalmente com o fim das batalhas na cidade de Hodeida, que inclui retiradas mútuas faseadas, o que será alcançado no contexto de um cessar-fogo.
Para que isso aconteça, Griffith pediu às Nações Unidas acompanhem o cumprimento desses compromissos, lembrando que um monitoramento robusto competente é essencial.
O representante explicou também que se chegou a um entendimento mútuo para aliviar a situação em Taiz. Haverá a abertura de corredores humanitários para permitir a passagem segura de mercadorias e pessoas, através das linhas de frente, a redução dos combates na província e a libertação ou troca de prisioneiros.
Para tal, foi acordada ainda a criação de um comitê conjunto, liderado pela ONU, para coordenar estas operações.
Desafios
Apesar dos avanços, Griffiths informou também que é ainda necessário finalizar os acordos sobre a abertura do aeroporto de Sanaa e as medidas necessárias para melhorar as operações do Banco Central do Iémen para o pagamento integral dos salários de todos os funcionários públicos.
As partes concordaram em encontrar-se novamente no final de janeiro para uma nova etapa de negociações.
O representante terminou a sua intervenção dizendo estar confiante dos avanços mas ciente de que “o trabalho duro começa agora.”
Assistência Humanitária
O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Mark Lowcock, também informou o Conselho de Segurança sobre a situação do Iémen.
Depois de uma viagem ao país muito recentemente, Lowcock confirmou que uma “terrível tragédia” continua a afetar o Iémen, com “milhões de pessoas famintas, doentes e desesperadas.”
O representante diz que apesar dos sinais animadores nos bastidores diplomáticos, os iemenitas “não vêm melhorias tangíveis” nas suas vidas.
Segundo ele, a fome está agravar-se no país com 20 milhões de iemenitas, dois terços da população enfrenta insegurança alimentar.
Adicionalmente, a crise económica deixou milhões de pessoas incapazes de comprar alimentos e outros bens essenciais, com os preços dos produtos alimentares 150% mais altos do que antes da crise.
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