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O secretário-geral disse este sábado que a violência contra mulheres e meninas é “uma afronta moral, um sinal de vergonha em todas as nossas sociedades e um grande obstáculo ao desenvolvimento inclusivo, equitativo e sustentável.”
Em nota, António Guterres afirmou que o problema é “uma pandemia global”. Este domingo, 25 de novembro, marca-se o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres.
Respeito
O chefe da ONU acredita que este tipo de violência contra mulheres “é a manifestação de uma profunda falta de respeito, um fracasso dos homens em reconhecer a igualdade inerente e a dignidade das mulheres.” Para ele, “é uma questão de direitos humanos fundamentais.”
Guterres diz que a violência pode assumir muitas formas, de ataques domésticos a tráfico, de violência sexual em conflito a casamento infantil, mutilação genital e feminicídio.
Política
Para o secretário-geral, esta é também uma questão política. Ele acredita que “a violência contra as mulheres está ligada a questões mais amplas de poder e controlo nas sociedades.”
Segundo ele, “vivemos em uma sociedade dominada pelos homens” e “as mulheres são vulneráveis à violência através das múltiplas maneiras pelas quais as mantemos desiguais.”
Mudança
No ano passado, cresceu a atenção para uma manifestação dessa violência, o assédio sexual, que a maioria das mulheres sofre em algum momento das suas vidas.
Para Guterres, o aumento da divulgação pública por mulheres de todas as regiões e todas as esferas da vida “está demonstrando o poder de galvanização dos movimentos de mulheres para conduzir a ação e consciência necessária para eliminar o assédio e a violência em todos os lugares.”
Este ano, a campanha global das Nações Unidas UNiTE para acabar com a violência contra mulheres e meninas destaca o apoio aos sobreviventes e defensores com o tema “Laranja do Mundo: #HearMeToo”.
Com a cor laranja como tema unificador, a hashtag #HearMeToo foi criada para enviar uma mensagem clara: a violência contra mulheres e meninas deve terminar agora, e todos temos um papel a desempenhar.
Spotlight
A mesma mensagem justifica a Iniciativa Spotlight UE-ONU. O programa de 500 milhões de euros vai formar sobreviventes e defensores para se tornarem agentes de mudança em suas casas, comunidades e países.
Guterres diz que este investimento inicial é significativo, mas pequeno dada a escala do problema. Para ele, a iniciativa “deve ser visto como um financiamento inicial para um movimento global.”
O secretário-geral termina a sua mensagem dizendo que apenas “quando metade da população, representada por mulheres e meninas, poder viver livre do medo, da violência e da insegurança de todos os dias, podemos dizer que vivemos em um mundo justo e igualitário.”