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Para assinalar o Dia Mundial da Língua Portuguesa (UNESCO) e a Década das Nações Unidas para a Restauração dos Ecossistemas, a Embaixada de Portugal junto do Reino da Bélgica, o Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUMA) e o Centro Regional das Nações Unidas para a Europa Ocidental (UNRIC) organizaram uma sessão do Cine ONU, com a apresentação do filme “Lindo”, de Margarida Gramaxo, em Bruxelas.
O documentário conta a história de Lindo que, durante 20 anos, caçou tartarugas marinhas na Ilha do Príncipe. Depois de um encontro inesperado com uma tartaruga extraordinariamente gentil, Lindo decidiu mudar a sua vida e começar a proteger o animal de outros predadores. Agora, Lindo mergulha no seu passado em busca de pistas que suscitam um debate sobre o futuro da ilha, levando a uma reflexão sobre o desafiante equilíbrio entre o Homem e a Natureza.
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O início desta edição do CINE ONU contou com uma intervenção do embaixador de Portugal, Jorge Cabral, que sublinhou que “a língua portuguesa é o veículo de uma extraordinária riqueza cultural, unindo famílias, comunidades e nações, de um lado ao outro do mundo”.
O debate, moderado pela diretora do UNRIC, Sherri Aldis, começou com uma breve apresentação do documentário por parte da realizadora, que explicou como surgiu a ideia de contar a história de Lindo. “Em 2016 foi quando percebi realmente como é aquela ilha e fiquei fascinada, por isso decidi que este documentário tem de ser uma carta de amor para com a natureza”. Margarida mencionou também alguns dos desafios que enfrentou durante a realização do documentário, como a necessidade de estabelecer a confiança dos locais, um processo demorado, e também a dificuldade em gravar certas partes com as tartarugas no seu habitat.
De seguida, a enviada especial da Bélgica para os oceanos, Sophie Mirgot, fez a ligação entre o documentário e a importância de restauração dos ecossistemas e a proteção dos oceanos. Sophie afirmou que ” se queremos que o oceano continue a ter um papel tão positivo no nosso ecossistema, como absorver o calor excessivo provocado pelas alterações climáticas, temos de o manter saudável”. A enviada especial da Bélgica para os oceanos realçou também a importância de olhar para os nossos oceanos como um só, afirmando apenas dessa maneira é possível fazer a diferença.
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A vice-presidente adjunta da Oceana para a Europa, Vera Coelho, esteve também presente neste painel onde mencionou que aquela Organização Não-Governamental (ONG) trabalha continuamente para exercer influência nas políticas europeias, afirmando com orgulho que “conseguimos alcançar uma política comum de pescas que proíbe muito explicitamente a sobrepesca”. Vera fez também questão de relembrar a audiência acerca da importância dos oceanos, “se não fossem os oceanos, a nossa atmosfera estaria, atualmente, 30 graus mais quente, daí mais uma razão para os proteger”. Pablo Sagredo Martin, funcionário do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUMA), aprofundou o tema dos países em desenvolvimento. Pablo mencionou a Blue Transformation Innitiative, cujo objetivo é encontrar um equilíbrio entre assegurar uma vida adequada para pescadores e famílias que dependem dos oceanos e ter práticas sustentáveis para com os mesmos.
Esta temática insere-se na Década da Nações Unidas para a Restauração dos Ecossistemas que tem por objetivo prevenir, travar e reverter a degradação dos ecossistemas em todos os continentes e oceanos. A recuperação dos ecossistemas ajudará a erradicar a pobreza, combater as mudanças climáticas e a prevenir uma extinção em massa.