O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, pediu aos líderes mundiais que a resposta global ao terrorismo seja firme, mas sempre tendo em conta o Estado de Direito e o respeito aos direitos humanos, na abertura da cimeira do G20, no domingo, em Antália (Turquia).
“Deixem-me começar por reiterar as minhas profundas condolências ao povo da França na sequência dos bárbaros ataques terroristas em Paris, na sexta-feira à noite,” disse Ban Ki-moon aos jornalistas presentes numa conferência de imprensa à margem da cimeira.
Considerando que o terrorismo é uma ameaça para toda a humanidade, o chefe da ONU recordou que, só nos últimos quatro dias, atentados terroristas “horrendos” mataram dezenas de pessoas em Beirute (Líbano ) e Bagdade (Iraque).
“Vamos aborar a questão nesta cimeira, sendo que é preciso solucionar as causas subjacentes ao extremismo violento. Em breve, apresentarei aos Estados-Membros das Nações Unidas um plano de ação global para prevenir a radicalização violenta“.
Enquanto isso, o Secretário-Geral realçou que a cimeira ocorre no final de um ano “divisor de águas” para a cooperação internacional”, face à adoção da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
“Os governos de todo o mundo vão reunir-se, em breve, em Paris para finalizar um acordo sobre as alterações climáticas globais”, destacou o secretário-geral. “Temos 161 países,que representam mais de 90 por cento das emissões globais, que já apresentaram as suas contribuições voluntárias nacionais. Estes planos vão reduzir as emissões de gases e guiar-nos na direção certa. “
Mas o secretário-geral advertiu que tal não será o suficiente para manter o mundo “abaixo do limite perigoso deum aumento da temperatura superior a 2ªC”. A comunidade mundial terá de ir “mais longe e mais rápido.”
Para que isto aconteça, Ban sublinhou quatro elementos essenciais para o sucesso na conferência do clima (COP21) em Paris. “Em primeiro lugar, a durabilidade”, explicou. “Paris deve enviar um sinal claro aos mercados de que a transição para baixo carbono da economia global é inevitável e benéfica.”
“Em segundo lugar, a flexibilidade. O acordo deve ser capaz de acomodar as mudanças na economia global, e encontrar o equilíbrio entre o papel de liderança dos países desenvolvidos e as crescentes responsabilidades dos países em desenvolvimento”, acrescentou.
Em terceiro surge a solidariedade. “Os países desenvolvidos devem manter seu compromisso de fornecer 100 mil milhões de dólares, por ano, até 2020, para adaptação e mitigação”, frisou Ban Ki-moon que considera a credibilidade o quarto pontoessencial, que deve ser alcançado através de mecanismos de monitorização fortes.
No que toca ao fluxo de refugiados, o chefe da ONU também sublinhou que conta com o apoio dos líderes do G20 nesta questão. “Esta não é apenas uma crise de números, é uma crise global de solidariedade. “
Em homenagem à Turquia, Jordânia e Líbano pelo acolhimento de quatro milhões de refugiados sírios, Ban apelou aos países europeus que lidam com o deslocamento forçado maciço para não reduzirem a ajuda pública ao desenvolvimento, desviando esses fundos para financiar o custo dos fluxos de refugiados.
“Ajudar as pessoas em necessidade não deve ser um jogo de soma zero”, disse. É preciso um plano de recuperação para a região “talvez um plano semelhante ao Plano Marshall em escala”, sugeriu.
O secretário-geral conclui a sua intervenção pedindo que um acordo político para a Síria seja uma prioridade.
“Congratulo-me com o sentido renovado de urgência que o Grupo Internacional de Apoio a Síria está a trazer para estes esforços, e felicito a liderança do secretário de Estado dos EUA, John Kerry, o chanceler russo,Sergei Lavrov e outros envolvidos nas negociações em Viena”, disse à imprensa, pedindo aos participantes para ultrapassarem as suas diferenças para que eles possam impulsionar um cessar-fogo em todo o país, combater o terrorismo e solucionar questões chave constitucionais e de governança.
16 de novembro de 2015, Centro de Notícias da ONU/Traduzido & Editado por UNRIC